"Os analfabetos no século XXI não serão os que não souberem ler ou escrever, mas os que não souberem aprender, desaprender e reaprender."

Alvin Toffler

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domingo, 4 de setembro de 2011

DINÂMICA: Reflexão sobre aquilo que nos incomoda



Objetivo:  Mostrar ao aluno que é importante “pensar antes de falar” e que a reflexão promove uma compreensão melhor dos assuntos abordados.

Preparação:
  • Numerar o texto: Falta alegria em nossas vidas de 1 a 25.(Essa numeração se adapta à quantidade de alunos em sala de aula);
  • Recortar os 25 trechos e colocá-los em um envelope;
  • Cada aluno deverá retirar de dentro de um envelope um trecho do texto de Lia Luft: Falta alegria em nossas vidas;
  • O professor deverá colocar uma música suave, enquanto os alunos leem seus papéis e se organizam para ler seu trecho de acordo com a seqüência numérica;
  • Quando o último trecho for lido, cada aluno deverá ressaltar para os outros qual foi a parte do texto que mais lhe chamou a atenção, tentando reelaborar com suas próprias palavras o seu conteúdo e justificando a sua escolh;
  • O professor, após todos os alunos falarem, deverá ler o texto integralmente e abrir a fala somente para os alunos que quiserem se manifestar;
  • Após as reflexões, ouvir a música : Epitáfio dos Titãs.
Texto:
Falta alegria em nossas vidas

Meu Deus, como andamos chatos, dei-me conta outro dia. Não paramos de reclamar. Muitas vezes com razão: os impostos, o custo de vida, o desemprego, a violência, a prolongada adolescência dos filhos, a súbita falsidade de alguém em quem confiávamos tanto, a velhice complicada dos pais, a pouca autoridade das autoridades, a nossa própria indecisão.
As rápidas mudanças na sociedade, alguns ainda tentando arrastar o cadáver dos valores que precisam ser mudados, outros tentando impor a anarquia quando a gente devia era renovar, não bagunçar. Pensei que uma das coisas que andam ficando raras é a alegria, e comentei isso. Alguém arqueou uma sobrancelha:

— Alegria? A palavra está até com cheiro de mofo...Tanta coisa grave acontecendo, tanta tragédia, e você fala em alegria?
Pois comecei a me entusiasmar com a ideia, e provocativamente fui contando nos dedos os motivos que deveriam levar a que o grupo se alegrasse:a lareira crepitava na noite fria,uma amizade generosa circulava entre nós,três bebês dormiam ali perto, na sala ao lado,ouviam-se risadas e, apesar de sermos na pequena roda mais ou menos calejados pelas perdas da vida, tínhamos os nossos ganhos em experiência, amores, conhecimento, esperança. Nenhum de nós desistira da jornada. Nenhum de nós era um malfeitor, um ser humano desprezível, ao contrário:a gente estava na luta, tentando ser decente, tentando superar os próprios limites.
Havia marcas da passagem do tempo em todos os rostos: ninguém se fizera deformar pelo fanatismo da juventude eterna, mas todos se gostavam o suficiente para não se deixar cair feito um trapo velho. Olhei em torno e gostei de nós: ali se viam belos cabelos pintados e belos cabelos brancos, rostos interessantes que tinham visto muita coisa, bocas marcadas que haviam dado muitas risadas e pronunciado palavras amorosas, mas também falado coisas duras, silenciado quem sabe ternuras difíceis, ocultado queixas que deveriam ter sido lançadas.
Mãos que tinham segurado bebês, conduzido crianças, confortado adolescentes, cuidado de velhos doentes, fechado pálpebras, dirigido automóveis, segurado ombros, fendido ondas, tapado o rosto em pranto solitário— quantas vezes ?
Éramos tão humanos, tão desvalidos e tão guerreiros, o pequeno grupo de amigos diante de uma lareira na noite fria, como centenas, milhares de outros , homens,mulheres, crianças, entre os dois mistérios do nascer e do morrer. Repeti a minha pequena heresia:
— Eu acho que uma das coisas que andam faltando, além de emprego, decência e tanta coisa mais, é alegria. A gente se diverte pouco. Andamos com pouco bom humor.
Érico Veríssimo, velho amigo amado, uma de minhas mais duras perdas, me disse quando eu era muito jovem: “Lya, em certos momentos, o que nos salva nem é o amor, é o humor”.
Um riso bom ou um sorriso terno em meio a toda a crueldade, falsidade, hipocrisia, violência de acusações abjetas, de calúnias vis, de corrupção escandalosa, de desagregação familiar melancólica, de mentira secreta e venenosa pode nos confortar e devolver a esperança.

Lya Luft. Revista Veja. Editora Abril, 28 de julho de 2004.
Música:

Epitáfio - Titãs

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...(2x)
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

2 comentários:

  1. Passei aqui para retribuir a visita! O seu blog é muito bom!Ele é recheado de coisas interessantes. Parabéns!

    Abraços,

    http://pedagogiccos.blogspot.com

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  2. Obrigada pelo carinho Giselle, sinta-se a vontade pra aparecer mais vezes. Beijos

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