O Teatro Mágico é um belo grupo que vem mostrando textos inteligentes e de excelentes reflexões. A criticidade por trás das imagens nos mostra um ar de inocência entre os desenhos aliado a um rico jogo de metáforas sobre como a sociedade lida e promove a indiferença cruel e massacrante dos tempos atuais. É um vídeo maravilhoso e interessantíssimo. Música e imagens, num emaranhado perfeito de abordagens conceituais de nossa sociedade composta, muitas vezes, por pessoas"vazias" iguais a caixas,e de tantas outras que são manipuladas, ignoradas e marginalizadas.
O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
Um cara, um papo, um sopapo, um papelão
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vai
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vai
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
Homem de pedra, de pó, de pé no chão
Não habita, se habitua
Não habita, se habitua
Não habita, se habitua
(Fernando Anitelli/Maíra Viana)
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